Enquanto Paris, em especial
Montmartre, vive a sua vida boemia e com seus crimes a serem desvendado pelo Comissário
Maigret, ele se delicia com a culinária francesa e suas bebidas. Na noite em que
o Sr. Maurice Marcia, dono do restaurante La Sardine, seria assassinado, ele quase teve uma congestão alimentar pelo
excesso. Não era para menos:
CARDÁPIO I
Bebidas
* Prunelle da Alsácia
* Licor de Framboesa
* Châteauneuf-du-Pape Envelhecido
Prato
* Galinha Empanada
CARDÁPIO II - Almoço em casa,
depois de uma farra com os licores, o vinho e uma noite mal dormida
* Pernil
* Batatas com um pouco de óleo
* Salada
CARDÁPIO III - Almoço no restaurante,
no decorrer da investigação do assassinato do Sr. Maurice Marcia
* Licor de anis
* Chouriço ou bife
Texto
" Uma vez por mês o doutor
Pardon e sua esposa recebiam os Maigret para jantar em seu apartamento do
Boulevard Voltaire. Duas semanas depois, eram eles que vinham jantar no
Boulevard Richard-Lenoir.
As mulheres aproveitavam para
fazer pratos sofisticados, trocar receitas, ao passo que os homens conversavam
despreocupadamente, bebendo prunelle da Alsácia ou licor de framboesa.
O jantar fora um sucesso. A sra.
Maigret havia preparado galinha empanada, e o comissário buscara na adega uma
das últimas garrafas de um Châteauneuf-du-Pape envelhecido, de uma caixa que
tinha comprado em um leilão certo dia em que passava pela Rue Drouot.
O vinho era excepcional, e os
dois homens não desperdiçaram uma gota. Quantas tacinhas de prunelle beberam
depois? O certo é que às duas da manhã, ao despertar sobressaltado, Maigret não
se encontrava nas melhores condições." p. 12-13
"(...) - O que você gostaria
de comer?
Ele ainda tinha a lembrança da
noite anterior que passara com o estômago embrulhado.
- Pernil, batatas com um pouco de
óleo e salada verde...
- Só isso? Você não digeriu a
minha galinha?
- Digeri, mas acho que Pardon e
eu exageramos um pouco na prunelle. Sem falar no vinho." p. 32
"(...) Sem pressa, os dois
homens de deslocaram a pé até a brasserie e pararam diante do balcão, já
ocupado por vários homens do Quai des Orfèvres.
- Para variar - murmurou Maigret
- vou tomar um licor de anis.
(...) O Proprietário veio lhes
apertar a mão. Pouco a pouco ficara completamente calvo, mas como isso levava
anos, ninguém notava.
- O que tem para o almoço?
- Chouriço... Mas se preferir um
bife...
- Chouriço - interrompeu Maigret.
- Para mim também - disse Janvier,
fazendo coro.
Entraram em uma sala de
restaurante em que só havia quatro mesas ocupadas, duas por advogados. Ali se
estava em casa. Maigret tinha seu canto, perto da janela, de onde avistava o
Sena e os barcos que passavam (...)." p. 86
Georges Simenon. Maigret e o
Informante. L&PM Pocket.